quarta-feira, 29 de maio de 2024

O Pacto Molotov-Ribbentrop: Um Acordo de entre União Soviética e Alemanha Nazista

Escrito por: Zack Lopez 



O Pacto Molotov-Ribbentrop: Um Acordo de entre União Soviética e Alemanha

O Pacto Molotov-Ribbentrop, oficialmente conhecido como Tratado de Não-Agressão entre Alemanha e União Soviética, foi assinado em 23 de agosto de 1939, pelos ministros das Relações Exteriores de seus respectivos países, Joachim von Ribbentrop e Vyacheslav Molotov. Este pacto foi um dos eventos mais surpreendentes do período pré-Segunda Guerra Mundial, pois unia dois regimes aparentemente opostos: o nazista e o comunista. Na década de 1930, a Europa estava marcada por uma crescente tensão política e militar. A Alemanha, sob o comando de Adolf Hitler, estava em um processo acelerado de expansão territorial e militarização, desafiando abertamente os tratados estabelecidos após a Primeira Guerra Mundial. A União Soviética, liderada por Joseph Stalin, também estava focada em consolidar seu poder interno e expandir sua influência.

O pacto consistia em dois componentes principais: um tratado público de não-agressão e um protocolo secreto. O tratado público declarava que ambos os países se comprometeriam a não se atacar mutuamente ou apoiar terceiros que atacassem uma das partes. O protocolo secreto, no entanto, delineava as esferas de influência na Europa Oriental, dividindo territórios entre a Alemanha e a União Soviética. De acordo com Dietrich A. Loeber, as consequências do Pacto Molotov-Ribbentrop foram profundas e duradouras, especialmente para os países bálticos, como a Lituânia, que foram diretamente afetados pelas mudanças territoriais e políticas resultantes (Loeber, 1999, p. 1). Este pacto resultou em profundas mudanças territoriais e políticas na Europa Oriental, afetando diretamente a Lituânia e seus vizinhos.

A assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop teve um impacto imediato e devastador na Polônia. Menos de duas semanas após a assinatura, em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia pelo oeste. Em resposta, a União Soviética invadiu pelo leste em 17 de setembro, conforme acordado no protocolo secreto do pacto. A Polônia foi rapidamente dividida entre os dois poderes, o que efetivamente selou o destino da nação polonesa e marcou o início da Segunda Guerra Mundial._L. Hannikainen argumenta que a invasão e anexação dos Estados Bálticos pela União Soviética violaram tratados bilaterais entre estes países, além do Pacto Kellogg-Briand e do Pacto da Liga das Nações. (Hannikainen, 1990, p. 136). Protocolos secretos delineavam a divisão de territórios na Europa Oriental entre Alemanha e União Soviética, o que contribuiu para a desconfiança e tensões subsequentes.

_M. Mitrovits discute a atmosfera de controvérsias e surpresa que "até mesmo os contemporâneos tiveram dificuldade em compreender como dois países com ideologias tão diametralmente opostas poderiam chegar a um acordo. Certamente, esses contemporâneos não sabiam da cláusula secreta anexada ao pacto de não agressão, que dividia a Europa Central entre as duas potências".(Mitrovits, 2020, p. 1). A propaganda nazista e soviética trabalhou intensamente para justificar o pacto para suas respectivas populações e para a comunidade internacional.

Na Alemanha, a propaganda focou na necessidade de evitar uma guerra em duas frentes, enquanto na União Soviética, o pacto foi apresentado como uma medida para ganhar tempo e preparar a defesa contra uma possível agressão alemã. No entanto, a realidade era que ambos os regimes estavam buscando vantagens territoriais e estratégicas às custas dos países vizinhos. O impacto humanitário do pacto foi severo, especialmente para as minorias étnicas e religiosas nos territórios ocupados. M. Altshuler destaca que os judeus na União Soviética enfrentaram uma situação de grande incerteza e ansiedade após a assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, devido às mudanças abruptas na política externa soviética (Altshuler, 2008, pp. 8-10). A perseguição e o deslocamento forçado de populações se tornaram comuns, resultando em enormes sofrimentos humano.

Bibliografia:

1. Loeber, D. A. (1999). Consequences of the Molotov–Ribbentrop Pact for Lithuania of Today: International Law Aspects. Lithuanian Foreign Policy Review, p. 1. 
2. Hannikainen, L. (1990). The Molotov–Ribbentrop Pact and Imperative Norms of International Law. Eesti Teaduste Akadeemia Toimetised, p. 136. 
3. Mitrovits, M. (2020). Background to the Molotov–Ribbentrop Pact. Legends and Facts. Horizontok.hu, p.1. 
4. Altshuler, M. (2008). The distress of Jews in the Soviet Union in the wake of the Molotov-Ribbentrop pact. Yad Vashem Studies, pp. 8-10. 

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