BOLSONARISMO, a expressão orwelliana dos valores da Direita calcadas na trollagem e caricatura olaviana.

Escrito por: Marcelo Alves de Lima

No passado, a Direita tinha motivos para se orgulhar de seus gigantes políticos, cuja última safra intelectual, findou-se por conta da saída de cena de Paulo Brossard, além de importantes cardeais do alto clero, como Jorge Borhausen, José Agripino Maia e Marco Maciel.

Ao folhear as páginas do livro sobre a história do pensamento brasileiro, identificamos logo ali, a longa trajetória da Direita, com as suas correntezas ideológicas variadas, que vai desde o legado democrático-liberal do grande jurista Rui Barbosa, até setores conservadores católicos de Alceu Amoroso Lima, Otto Maria Carpeaux, passando por figuras do positivismo de Deodoro a Vargas, personalidades da extinta UDN, como Afonso Arinos, ex-ministro das relações exteriores do governo Jânio Quadros e Carlos Lacerda, ex-governador da Guanabara.

Paralelamente, Olavo de Carvalho, fora das instituições, da academia e do jornalismo tradicional, se construiu como a figura da Direita nas Redes Sociais, através de seu Canal True Outspeak, aonde se reuniam seus discípulos, parte deles, transformados em membros de seita e cedidos ao governo Bolsonaro.Na esteira da reforma política e da crise política costurada no cenário da Operação Lava Jato, o governo Dilma Rousseff se tornou a incubadora da "Nova Direita" no Brasil.No plano internacional, a Direita começava a ganhar espaço, com o Brexit no Reino Unido, e a ascensão política de Trump nos EUA em 2016; correndo por fora desde 2017 em diante, Jair Messias Bolsonaro, que se apresentava como alternativa à Direita, tendo seu filho Carluxo operando de maneira bem-sucedida, a propaganda política de seu próprio pai para 2018.Com o ecossistema olavo-bolsonarista no poder, as caricaturas se tornaram a marca do primeiro governo dessa "Nova Direita":

Fez o direito individual de defesa, ser emporcalhado pela retórica bolsonarista do "Povo armado jamais será escravizado";

Fez do Paulo Guedes, o Pacheco e o seu imenso talento na obra de Eça de Queiróz;

Fez da pazuellização na Saúde no auge da pandemia, a expressão caricaturista do Sargento Pincel entre generais palacianos de Jair Bolsonaro.

A despeito da ausência concreta de políticas públicas no governo da direita olavo-bolsonarista, e o passapanismo gadológico  nas redes sociais, o clã Bolsonaro focou nas técnicas de desinformação e manipulação grosseira, transformando-se na prática, no governo inspirado na obra de George Orwell "1984".Sua importante engrenagem, ⚙ é o esvaziamento linguístico, substituído por uma falsa linguagem, similarmente ao que foi o papel da novilíngua, que fez da palavra Paz, Guerra, da Liberdade, Escravidão, da Lealdade, Cumplicidade, etc.