A Subserviência ao Bolsonarismo: Uma Análise

 

POR: Zack Lopez

A ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República em 2019 representou um marco na história recente do Brasil. O bolsonarismo, como ficou conhecido o movimento político que o sustenta, se caracteriza por uma série de elementos que o distinguem da direita tradicional. 

Uma de suas principais características é o culto à figura de Bolsonaro, isso é um dos pilares do bolsonarismo. Seus seguidores o idolatram como um líder salvador da pátria, depositando nele uma confiança cega e acrítica. Essa característica se manifesta na reprodução acrítica de suas falas e ações, na defesa ferrenha de suas ideias, mesmo quando absurdas ou antidemocráticas, e na recusa em admitir qualquer falha ou erro por parte do presidente.

O bolsonarismo se alimenta do anticomunismo visceral, fazendo essa relação com o seu antagonista, o lula e o pt, herdado da ditadura militar e amplificado pelas fake news e pela desinformação. Qualquer crítica ao governo ou discordância das ideias de Bolsonaro é automaticamente rotulada como "comunismo", criando um clima de terror e divisão na sociedade, algo bem tipo do que aconteceu durante o período militar.

Como dito anteriormente, o bolsonarismo tem forte apoio de grupos religiosos fundamentalistas, principalmente evangélicos. Essa aliança se baseia em pautas moralistas e conservadoras, como a oposição ao aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à educação sexual. Em troca do apoio religioso, Bolsonaro garante a esses grupos acesso a cargos públicos, influência na formulação de políticas públicas e proteção contra críticas, criando a sua base. O bolsonarismo também tem uma forte admiração pelas Forças Armadas, vistas como instituições salvadoras da nação. Essa visão se baseia na nostalgia da ditadura militar e no desprezo pelas instituições democráticas. A presença de militares em cargos importantes do governo, a defesa da intervenção militar e a apologia da violência são exemplos da influência militar no bolsonarismo, isso visto visivelmente em seus 4 anos.

O bolsonarismo se nutre do ódio ao PT e à esquerda em geral. Essa obsessão antipetista impede o debate político civilizado e contribui para a polarização extrema da sociedade brasileira, da mesma forma, Lula utiliza essa mesma briga para gerar um clima de "Nós" contra "eles". O bolsonarismo se nutre do ódio ao PT e à esquerda em geral.

Diante da figura de Bolsonaro, a direita abdicou de sua autonomia e passou a defendê-lo incondicionalmente, mesmo quando ele toma medidas antidemocráticas ou autoritárias. Essa subserviência se manifesta na acrítica aos atos, no ataque as instituições e na demonização de qualquer voz discordante,O bolsonarismo não tolera críticas ou oposição.

Quem discorda de Bolsonaro é rotulado como "comunista", "esquerdista" ou "traidor da pátria", sofrendo ataques e ameaças nas redes sociais e até mesmo na vida real. Seus seguidores ignoram ou justificam, muitas vezes com argumentos frágeis, medidas que ferem a democracia, como ataques às instituições, à liberdade de expressão, há um direcionamento de críticas e deslegitimação de instituições democráticas como o Supremo Tribunal Federal, a imprensa e o Congresso Nacional, pilares do Estado Democrático de Direito.

A superação do bolsonarismo e a reconstrução da democracia exigem o engajamento de todos os que defendem a liberdade, a justiça e o respeito às diferenças. Cabe à sociedade civil brasileira, através do debate civilizado e da mobilização social, defender a democracia e seus valores, combatendo a intolerância e o autoritarismo, independente de quem seja.